Mineração subterrânea
Pela Serra de Monforte (ou do Povo) distribuem-se várias áreas de mineração com origem na Idade do Ferro, de que se destacam duas: o Aljube do Pó e o Aljube da Tinta.

Aljube da Tinta

Esta mina é conhecida localmente como “Aljube da Tinta” dada as colorações da abóbada e paredes. Curiosamente, o ferro foi utilizado tradicionalmente como pigmento, o almagre. O acesso à Mina da Tinta faz-se por boca oval que fica ao nível do solo, de 3 m por 1,8 m, a qual permite baixar 8 m, até ao nível de base da mina, através de escadas toscamente escavadas na rocha em período não necessariamente contemporâneo ao labor mineiro.
A mina é composta por duas grandes câmaras separadas por um pequeno acesso em arco. No lado direito da câmara acessível pela boca da mina, observase duas grandes concavidades na rocha que mostram a utilização de fortes variações térmicas no desmonte mineiro, prática reconhecida em outras minas com exploração romana, em Portugal, de que é exemplo Tresminas. Nas duas câmaras existem numerosas galerias de prospecção de pequeno diâmetro e extensão métrica, de orientação ascendente e descendente. Estas galerias podem ser lineares ou apresentar uma configuração irregular dada pela mudança de orientação das frentes de desmonte procurando seguir as maiores concentrações de minério de ferro. Numa destas frentes é possível ver marcas cinzeladas a cortar o minério, testemunhando a utilização de ferramentas metálicas em período desconhecido.